O Setembro Amarelo é uma campanha criada com o intuito de informar as pessoas sobre o suicídio, uma prática normalmente motivada pela depressão. Mesmo com tantos casos notórios, crescentes a cada ano, ainda existe uma expressiva barreira para falar sobre o problema.
Segundo dados recolhidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos, sendo 75% destes indivíduos moradores de países de baixa e média renda. Estima-se que no mundo acontece um suicídio a cada 40 segundos.
Atualmente, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos. Todos os dias, pelo menos 32 brasileiros tiram suas próprias vidas. Todos esses números poderiam ser evitados ou reduzidos consideravelmente se existissem políticas eficazes de prevenção do suicídio.
Como o Setembro Amarelo começou?
A campanha teve início no Brasil, em 2015, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). As primeiras atividades realizadas pelo Setembro Amarelo aconteceram na capital do país, Brasília. Entretanto, já no ano seguinte várias regiões de todo o país aderiram ao movimento e também participaram.
A Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) estimula a divulgação da causa em todo o mundo no dia 10 de setembro, data na qual é comemorado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Esta data foi criada em 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial de Saúde, com o objetivo de prevenir o ato do suicídio, por meio da adoção de estratégias pelos governos dos países. Neste dia, realizam-se cerca de 600 atividades em 70 países do mundo para salvar vidas.
Objetivos do Setembro Amarelo
O principal objetivo da campanha Setembro Amarelo é a conscientização sobre a prevenção do suicídio, buscando alertar a população a respeito da realidade da prática no Brasil e no mundo. Para o Setembro Amarelo, a melhor forma de se evitar um suicídio é através de diálogos e discussões que abordem o problema.
Suicídio é o ato de tirar a própria vida intencionalmente. Também fazem parte deste comportamento os pensamentos suicidas, planos e tentativas de morte, assim como os transtornos relacionados ao problema.
Durante todo o mês de setembro, ações são realizadas a fim de sensibilizar a população e os profissionais da área para os sintomas desse problema e para a saúde mental.
Assim, fazendo-os entender que isso também é uma questão de saúde pública. Infelizmente para muitos, o suicídio ainda não é visto como um problema de saúde pública, mas sim uma espécie de fraqueza de conduta ou personalidade.
Como identificar alguém que precisa de ajuda e corre risco de suicídio?
Pessoas sob risco de suicídio podem:
• apresentar comportamento retraído, dificuldades para se relacionar com família e amigos;
• ter casos de doenças psiquiátricas como: transtornos mentais, transtornos de humor (depressão, bipolaridade), transtornos de comportamento pelo uso de substâncias psicoativas (álcool e drogas), transtornos de personalidade, esquizofrenia e ansiedade generalizada;
• apresentar irritabilidade, pessimismo ou apatia;
• sofrer mudanças nos hábitos alimentares ou de sono.
• odiar-se, apresentar sentimento de culpa, sentir-se sem valor ou com vergonha por algo;
• ter um desejo súbito de concluir afazeres pessoais, organizar documentos, escrever um testamento;
• apresentar sentimentos de solidão, impotência e desesperança;
• escrever cartas de despedida;
• falar repentinamente sobre morte ou suicídio;
• apresentar um convívio social conturbado;
• ter doenças físicas crônicas, limitantes e dolorosas, doenças orgânicas incapacitantes como dores, lesões, epilepsia, câncer ou AIDS;
• apresentar personalidade impulsiva, agressiva ou humor instável.
Quais os sintomas de depressão que levam ao suicídio?
Se você está deprimido ou angustiado, sem vontade de viver, é fundamental buscar ajuda o mais rápido possível. Existem alternativas ao suicídio e buscar o auxílio adequado é o primeiro passo. Os acompanhamentos médicos e psicológicos são as maneiras mais eficazes de tratamento.
As pessoas que pensam em suicídio normalmente estão tentando fugir de uma situação da vida que lhes parece insuportável, buscando o alívio por:
• sentirem-se envergonhadas, culpadas ou por se acharem um peso para os demais;
• sentirem-se vítimas;
• sentimentos de rejeição, perda ou solidão.
Como ajudar?
Para ajudar uma pessoa com comportamentos suicidas, algumas ações são fundamentais, como:
• ouvir, demonstrar empatia e ficar calmo;
• ser afetuoso e dar o apoio necessário;
• levar a situação a sério e verificar o grau de risco;
• perguntar sobre tentativas de suicídio ou pensamentos anteriores;
• explorar outras saídas para além do suicídio, identificando outras formas de apoio emocional;
• conversar com a família e amigos imediatamente;
• remover os meios para o suicídio em casos de grande risco;
• contar a outras pessoas, conseguir ajuda;
• permanecer ao lado da pessoa com o transtorno;
• procurar entender os sentimentos da pessoa sem diminuir a importância deles;
• aceitar a queixa da pessoa e ter respeito por seu sofrimento;
• demonstrar preocupação e cuidado constante.